Mensagens

Imagem
  (AHFA) A MORTE DE ÓSCAR MONTEIRO TORRES A morte do capitão Óscar Monteiro Torres (OMT) é, no passado recente, um daqueles eventos mais envolvidos em mitologia, ignorância e criatividade, porque não dizer deliberada mentira, que têm criado uma incerteza profunda quanto aos factos reais. Mitologia, porque muitos autores se respaldaram numa certa visão do herói para dar uma versão envolvida no manto do mito histórico, para dar da morte de OMT uma aura que está longe da realidade. Ignorância, porque, apesar das fontes históricas absolutamente rigorosas, testemunhais e credíveis, estarem perfeitamente disponíveis nos nossos Arquivos militares, continua a ser frequente, mais de cem anos depois, fazer gala desse voltar costas às fontes e perpetuar essa forma de grosseiro desrespeito. Criatividade, porque a maioria dos autores, para "embelezarem" um evento que foi trágico com as cores que preferiam que tivesse tido, não hesitaram em criar uma ficção, uma "narrativa", tota
Imagem
  CONDECORAÇÕES MILITARES FRANCESAS Fotografadas a partir de exemplares da minha coleção particular, as condecorações militares francesas que foram atribuídas durante a Grande Guerra por mérito militar. São todas de uma excecional beleza. Da esquerda para a direita: Légion d'Honn eur . Por ordem hierárquica, a primeira das condecorações francesas. Criada em 1802 por Napoléon Bonaparte, era em rigor, e continua a ser, uma Ordem Nacional não restrita aos militares. O exemplar fotografado corresponde ao grau de  Chevalier.  Óscar Monteiro Torres, postumamente, e Alberto Lelo Portela em vida, foram agraciados com a Légion d'Honneur , grau de Chevalier ; Médaille Militaire  ,  a segunda na hierarquia, foi  criada em 1852 por Louis-Napoléon Bonaparte. Nenhum av iador português foi agraciado com esta medalha;  Croix de Guerre.   Esta condecoração foi criada em 1915 para responder à necessidade de atribuir uma medalha aos militares citados por casos concretos de bravura em ações de gue
Imagem
  O AVIADOR QUE ABATEU ÓSCAR MONTEIRO TORRES Na fotografia, tirada em 1917, vemos o  Leutnant Rudolf Windisch, nascido em 27 de janeiro de 1897. Veste o uniforme da força aérea do reino da Baviera, que diferia ligeiramente do do reino da Prússia, que se vê mais frequentemente. Notem-se os punhos das mangas. Este homem foi o piloto alemão que abateu o capitão Óscar Monteiro Torres no fatídico dia 19 de novembro de 1917. O seu relatório relativo ao combate, curiosamente, tem um lapso de data, pois menciona o dia 18 e não o 19. Esse é um erro típico, que se encontra constantemente na documentação daquela época (por exemplo, as discrepâncias entre os documentos portugueses e os franceses acerca dos mesmos eventos são muito frequentes), mas a descrição, a hora e o local tornam inequívoco que se tratava do combate que vitimou Óscar Monteiro Torres. De acordo com o relatório de Windisch, o combate deu-se sobre a pequena localidade de Laval-en-Laonnois, que dista de Laon apenas 10Km. Ora, foi
Imagem
FRANÇA, PRÓXIMO DO AERÓDROMO DE CHOQUES Bom dia Hoje vamos falar duma fotografia que, apesar de bem conhecida, ainda encerra algumas particularidades que podem interessar aos curiosos nestas matérias. A fotografia foi uma de várias tiradas em França, numa data incerta situada entre 28 de dezembro de 1916 e meados de fevereiro de 1917. O local, é nas proximidades do aeródromo de Choques, que não ficava muito longe de Béthune. Esta cidadezinha francesa, por sua vez, não distava muito do Sector da Frente onde o Corpo Expedicionário Português (CEP) esteve a combater. No entanto, na data em que a fotografia foi tirada, o CEP ainda não chegara a França, ou pelo menos ainda não tinha nenhuma unidade na Frente. Com efeito, o pessoal da nossa Aeronáutica Militar presente nesta chapa constituiu o primeiro grupo de portugueses que enfrentou os alemães na Frente Ocidental, meses antes do CEP o ter feito. O aeródromo de Choques era aquele onde estava, então, sediado o 10th Squadron RFC , uma unidad
Imagem
ESCOLA DE AVIAÇÃO DE JUVISY, FINAL DE 1917 Esta mensagem é dedicada à fotografia que ilustra o fundo da página de abertura do Blog. Nela vemos um conjunto de aviadores militares, na sua maioria, mas não todos, já com o brevet  genérico que os habilitava a voar, mas ainda sem a formação militar específica completa. Aliás, dois deles não conseguiriam obter a sua qualificação como pilotos militares. O local, é a École d'Aviation Militaire de Juvisy , um dos centros de instrução mais importantes da França. A data, é o terceiro trimestre de 1917. Numa comunicação feita ao Chefe do Estado-maior do CEP datada de 10 de novembro de 1917, o capitão Norberto Guimarães, comandante dos Serviços de Aviação do CEP, refere estarem 16 oficiais a receber instrução nesta Escola. No entanto, estão 17 oficiais nesta fotografia extraordinária. Quem são, então, os homens aqui presentes? Apesar de não ter sido fácil identificá-los, tal foi possível, sem margem para dúvidas.  Eis os seus nomes, da esquerda
Imagem
 Apresentação  Este é um Blog dedicado à temática da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, especificamente no que respeita à Aviação. O contributo da Aviação Militar, então a dar os seus primeiros passos, e obviamente dos seus aviadores, é certamente a área mais injustamente desconhecida da participação portuguesa na Grande Guerra. Durante muitos anos, pensou-se, erradamente, que essa participação teria sido menos digna de apreço do que outras, mais celebradas e estudadas. Mas esse erro, essa distorção da verdade, algum dia teria de ser corrigida. É verdade que em termos de dimensão histórica e drama pessoal, a participação da Aviação nos quatro teatros de guerra em que interveio não tem a mesma escala da que foi a intervenção do Exército de Terra ou da Armada, nem seria correto pretender o contrário. No entanto, também será incorreto diminuir a relevância relativa da Aviação nesses anos. A Aviação Militar é dos meus primeiros interesses, e ao qual dediquei muito do meu t